Ex-executivo da Nissan é acusado de má conduta financeira no Japão e arquitetou uma das fugas mais cinematográficas do país

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Divulgação

 

A espetacular fuga do magnata e ex-chefe da Nissan-Renault, Carlos Ghosn, em novembro do ano passado ganhou um novo capítulo. A história será contada em um documentário, com a participação do empresário e de sua esposa, e em uma minissérie. A notícia foi divulgada esta semana pelos co-produtores Alef One da França e MBC da Arábia Saudita.

 

Ghosn, de 66 anos, foi preso no Japão em novembro de 2018, acusado de violar as regras do mercado financeiro, e ficou 130 dias na detenção. Em abril de 2019, ele foi autorizado a deixar o cárcere privado com a condição de não deixar o país. Ele só foi libertado sob fiança porque negou ter a intenção de fugir. Além disso, os advogados argumentaram que ele era conhecido demais para viajar sem ser reconhecido. 

 

O executivo morava em uma casa alugada na região central da capital e era vigiado por câmeras de segurança. A agência de notícias Reuters soube por pessoas próximas a Ghosn que ele decidiu fugir quando o julgamento foi adiado para abril de 2021 – e porque ele foi permanentemente proibido de conversar com sua mulher, Carole.

 

A fuga em si é cheia de dúvidas. Sabe-se que ele obteve ajuda de outras pessoas para conseguir escapar da segurança japonesa. Foi divulgado que ele escapou escondido em uma caixa de instrumento musical e que sua esposa foi quem armou todo o plano.

 

Ghosn desmentiu essas informações em nota divulgada à mídia. “Houve especulações na mídia de que minha esposa, Carole, e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha saída do Japão. Toda essa especulação é imprecisa e falsa”, afirma o texto. “Eu, sozinho, organizei minha saída. Minha família não teve nenhum papel qualquer que seja.”

 

Em janeiro deste ano, Ghosn alegou que fugiu porque foi vítima de um complô da Nissan e de autoridades japonesas.

 

O documentário e a série de seis partes traçarão a história de Ghosn. Segundo os produtores, vai abordar desde “seu status como um dos chefes mais poderosos da indústria automobilística até o de fugitivo mais procurado do Japão após sua fuga para o Líbano, onde agora reside”.

 

“Ambas as produções incluirão contribuições exclusivas de Carlos e Carole Ghosn”, disseram os produtores em um comunicado.

 

As filmagens para o documentário começaram em setembro, em Beirute, e devem continuar até o final do ano em locações na França, Japão e Estados Unidos, disseram os produtores. Além de entrevistas com o casal Ghosn, outros personagens importantes para a trama também darão seus depoimentos. O britânico Nick Green será o diretor.

 

Já a minissérie terá seis episódios de uma hora cada e será rodada no ano que vem. Ela é baseada em um roteiro supervisionado por Mark Goffman, que foi escritor de “The West Wing” e, mais recentemente, produtor executivo da série da Netflix “The Umbrella Academy”. Charlotte Brandstrom, de fama “Conspiracy of Silence” e “Madam Secretary”, será a diretora.