por Ewerthon Tobace
A pandemia global do novo coronavírus levou o Japão à recessão econômica pela primeira vez desde 2015.
O país registrou uma contração significativa no PIB (Produto Interno Bruto) de 3,4%, em termos anualizados, nos três primeiros meses de 2020 em comparação ao trimestre anterior.
Os dados divulgados pelo governo japonês nesta segunda-feira (18) mostram que o valor total dos bens e serviços produzidos no país teve uma queda de 0,9% em uma base trimestral ajustada sazonalmente.
O Japão atende então à definição técnica de uma recessão, que significa ter pelo menos dois quartos consecutivos de PIB negativo. O país havia registrado uma queda de 7,3% entre outubro e dezembro, o primeiro grande recuo desde o quarto trimestre de 2015.
Para economistas, a desaceleração da economia cairá no ritmo mais rápido desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Alguns especialistas preveem, em um cenário pessimista, uma contração anualizada de mais de 20% no segundo trimestre.
Segundo Yasutoshi Nishimura, ministro encarregado da política econômica e fiscal, a queda no PIB de abril a junho deste ano “será mais grave” do que o número de janeiro a março, e que a economia “desacelerará consideravelmente por enquanto”.
Ele atribuiu a queda econômica ao estado de emergência que restringiu as atividades econômicas em todo o Japão em abril e maio.
Sequência de queda
A leitura preliminar do PIB ajustado pela inflação seguiu a queda de 7,3% no último trimestre de 2019, a queda mais acentuada em mais de cinco anos, causada pelo aumento da taxa de imposto sobre o consumo de 8% para 10% em 1º de outubro e depois pelos efeitos de um tufão devastador, de acordo com o governo.
O declínio do PIB no último trimestre de 2019 foi o mais acentuado desde a queda de 7,5% no trimestre de abril a junho de 2014, após o aumento anterior do imposto sobre o consumo de 5% para 8% em 1º de abril daquele ano.
Um funcionário do Gabinete disse à reportagem da Kyodo News que a economia do país poderia ter se recuperado no período de janeiro a março se não tivesse havido os impactos da pandemia do novo coronavírus, porque os efeitos do aumento do imposto sobre consumo e do tufão já haviam desaparecido.
“A atual situação econômica é a maior crise desde a Segunda Guerra Mundial”, afirmou a autoridade.
No período fiscal de 2019, que fechou em março passado, a economia japonesa caiu 0,1% em termos reais, a primeira contração desde o ano fiscal de 2014.
O gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe deve publicar os dados revisados do PIB de janeiro a março no próximo dia 8 de junho.
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