Presidente sugeriu aos apoiadores que migrem para outros aplicativos de mensagens instantâneas

Foto: Reprodução X / @NicolasMaduro





O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pegou o próprio celular e, em uma transmissão ao vivo pela TV estatal, na segunda-feira (6), desinstalou o WhatsApp, sob a alegação de que o aplicativo teria contribuído para instaurar o caos em seu país.




“Vou romper relações com o WhatsApp, porque o WhatsApp está sendo usado para ameaçar a Venezuela. Vou apagar para sempre o meu WhatsApp do meu celular, aos poucos vou transferindo meus contatos para o Telegram, para o WeChat […] É preciso fazer isso, dizer não ao WhatsApp, tirar o WhatsApp da Venezuela”, acrescentou.



Segundo o mandatário, oficiais das Forças Armadas, policiais e lideranças chavistas estão recebendo ameaças pelo WhatsApp por se calarem diante da falta de transparência nas eleições presidenciais que o teriam reelegido, no último dia 28.




“Vocês querem paz? Excluam o WhatsApp. O WhatsApp entregou a lista de toda a Venezuela ao narcotráfico colombiano, ao imperialismo tecnológico, para que atacassem e enlouquecessem a família venezuelana”, afirmou Maduro.




O Telegram, sugerido por ele como alternativa, é de propriedade de empresários russos, mas sediado em Dubai, enquanto o WeChat é chinês. Nem por isso, outra rede social chinesa, o TikTok, escapou dos ataques do presidente venezuelano.



Maduro já havia dito anteriormente que o Instagram, da americana Meta (também dona do WhatsApp), e o TikTok eram “multiplicadores do ódio” no país.




A Venezuela entra na segunda semana de tensões, após a eleição presidencial. A oposição, do candidato Edmundo González Urrutia, liderada pela ex-deputada María Corina Machado, afirma ter ganhado o pleito e exige a apresentação das atas de mesa, o que o regime ainda não fez. Ainda assim, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), presidido por um chavista, declarou a vitória de Maduro.




Na segunda-feira, Edmundo González e María Corina divulgaram uma carta aberta em que pedem que as Forças Armadas reconheçam o opositor como presidente eleito.