Diretor de um dos maiores hospitais da região é suspeito de negociar a venda de crianças; denúncia surgiu em rede social

 


Foto: Reprodução Twitter @centroyals

 

 

Seis pessoas foram presas na província central de Hubei, na China, por suposto envolvimento em um esquema de tráfico de bebês ligado a um hospital em uma das maiores cidades da província.

 

 

As alegações sobre o hospital Xiangyang Jianqiao, vieram à tona pela primeira vez em 6 de novembro, por meio de um usuário do Weibo chamado Shangguan Zhengyi, que se descreve como um “voluntário contra o tráfico”.

 

 

Shangguan publicou uma série de alegações sobre o diretor do hospital, Ye Youzhi, a quem acusou de colaborar “com intermediários online” para vender certidões de nascimento por 96 mil yuans (cerca de R$ 65 mil).

 

 

Após vender uma certidão de nascimento, o hospital seguiria o processo de registro “normal” para novos bebês, incluindo a emissão de cadernetas de vacinação e auxílio nos requisitos de registro domiciliar, afirmou Shangguan.

 

 

Disfarce

 


Shangguan, que diz ter trabalhado disfarçado no hospital por um ano, também acusou Ye de intermediar a venda de bebês e facilitar arranjos de barriga de aluguel, que são ilegais na China. Ele disse que uma menina foi vendida em setembro por 118 mil yuans (cerca de R$ 80 mil) e depois registrada na província de Sichuan. Não está claro quantos bebês acredita-se terem sido traficados através do hospital.

 


Ye estava entre os presos, segundo um aviso do governo municipal de Xiangyang postado no domingo. Sua licença médica também foi revogada. Além das seis pessoas que foram formalmente presas, quatro suspeitos foram detidos sem acusações, informou reportagem do jornal britânico The Guardian.

 

 


Após Shangguan publicar suas alegações, a mídia chinesa relatou que Ye, um ginecologista e obstetra de 55 anos, esteve envolvido em vários escândalos médicos. Em 2010, ele foi condenado por realizar abortos seletivos de gênero e sentenciada a cinco meses de prisão.

 

 


O Guardian não conseguiu entrar em contato com o hospital Xiangyang Jianqiao. Sua conta no WeChat se tornou inativa e seu site não está mais online. A autoridade de saúde local disse em 7 de novembro que o departamento de obstetrícia do hospital foi suspenso.

 

 

Shangguan não respondeu ao pedido de comentários do Guardian.