Equipe da superprodução explicou as vantagens do unreal e como foi a novidade nas gravações

Fotos: Seriella Productions

Reis — A Consequência estreou uma tecnologia inovadora na teledramaturgia brasileira, a Unreal Engine, durante uma cena romântica de Salomão (Guilherme Dellorto) e Naamá (Ingrid Conte). O software, que recria cenários em um ambiente digital, já faz parte da realidade de produções premiadas que são sucesso no mundo todo, como a série The Mandalorian, da Disney+.

 

Para reproduzir o ambiente que vemos na sequência, do vale do Jordão, um painel de LED com 220m² foi colocado em um dos estúdios no complexo de dramaturgia da Seriella Productions.

 

Em entrevista ao site oficial, Ingrid Conte e Guilherme Dellorto contaram que a Unreal ajudou a composição deste momento dos personagens.

 

Já o diretor-geral da superprodução, Leonardo Miranda, e o diretor de projetos da Seriella Productions, Alan Braz, explicaram como a utilização dessa tecnologia muda drasticamente a produção de cenários e locações.

 

“A Unreal já é largamente utilizada nos games, que tem uma ‘cara de cinema’”, lembrou Miranda.

Braz ressaltou que o chroma-key, técnica usada para substituir um fundo de cor sólida por outras imagens, sempre foi utilizado em larga escala pelas produções nesses casos, o que deve mudar com o avanço da tecnologia.

 

“A Unreal veio para que esse processo, ao invés de acontecer na pós-produção, aconteça antes”.

 

Após a gravação, Ingrid contou que tudo foi uma grande novidade: “A experiência é muito real. Eu me senti em uma situação de conhecer um lugar pela primeira vez. Quando gravamos no chroma, além de estarmos muito concentrados na emoção da cena, precisamos imaginar todo o cenário. Aqui, estamos vivenciando [o ambiente] de fato. É projetado, mas é real, isso ajuda muito”, garantiu a atriz.

 

Confira o resultado da cena:

 

 

 

Dellorto também ressaltou que a atuação fica mais natural, mesmo que seja em um ambiente digital.

 

“Para a nossa reação, é perfeito, porque agora estamos vendo o que de fato vão criar. No chroma, a pós-produção precisa ‘casar’ a construção [do cenário] que estão fazendo com a nossa reação. Ali, não, estamos reagindo ao que foi feito, ao tamanho do deslumbramento com aquele lugar. Ajuda muito na interpretação”.

 

A intérprete de Naamá complementou: “E aconteceu no momento das nossas primeiras cenas. Então, foi especial, porque é o início da tecnologia dentro deste produto e da construção da nossa relação”.

 

Grandiosidade na série

 

Atualmente, o painel de LED utilizado na superprodução é o maior da América Latina, e Reis traz a tecnologia como forma de agregar mais qualidade à história.

 

“Gosto muito de inovações. Fico feliz de participar de movimentos embrionários, de ter esse privilégio. Reis vem com ousadias, com uma outra proposta, estética e outros movimentos de câmera. E a Unreal dialoga perfeitamente com a série”, afirmou Miranda.

 

Dellorto também celebrou a experiência e a oportunidade de fazer parte deste marco.

 

“É sempre uma honra. Estamos fazendo história aqui, porque talvez seja o futuro mesmo, e o chroma fique no passado”.

 

Braz completou: “Para a Record TV, quem ganha é o telespectador, que vai ver muitos ambientes novos, que jamais conseguiríamos ter se não fosse viajando”.

 

O diretor de projetos também acrescentou que a Unreal facilitou a logística, já que o trabalho não fica sujeito a imprevistos. “Mudou o processo de produção. Esse é o grande ganho, o controle do tempo em cima da gravação de uma cena”.

 

Tecnologia aliada ao cenário físico

 

Para a cena em que Naamá e Salomão passeiam pelo vale do Jordão na trama, além do ‘paredão’ de LED, foi criado um cenário físico que compõe o terreno em que os atores estão inseridos. O diretor-geral da série disse que essa combinação precisava ser harmônica.

 

“É um trabalho minucioso de estudo, preparação e testes. O trabalho da cenografia e da arte precisa estar muito casado com a fotografia, para ficar uma unidade. Não posso ter uma textura no chão com uma textura diferente no painel. Eles têm que dialogar”, exemplificou.

 

Miranda apontou que, entre as vantagens da tecnologia, também estão a diminuição de tempo das cenas em pós-produção.

 

“Não preciso me preocupar com o horário da luz, pois é a mesma o dia inteiro. Em termos técnicos, o resultado que a luminância do painel dá é muito real. Antes, com o verde [do chroma], víamos uma coloração diferente. Agora, não tem mais esse problema. Para a fotografia, é incrível, o resultado final é muito bom. Mas, para chegar a ele, tem que estar preparado”, ressaltou.

 

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