Evento foi realizado em Hamamatsu e participantes também assistiram a palestras sobre empreendedorismo
Texto: Redação/Record TV Japan
Fotos: Marcio Uda e Cezar Ogassawara/Divulgação
Imagine um programa de computador que faz a gestão de clientes e de contratos de trabalho temporário, organiza documentos e faz a catalogação de currículos de candidatos, entre outras coisas. A ideia existe e foi tirada do papel por Robson Amano, da SmartBit IT Solutions, de Toyohashi (Aichi). “O ezHaken vem sendo desenvolvido há mais de quatro anos e foi lançado em 2022. Atualmente temos uma empresa que o usa e mais duas em processo de implantação”, conta o empreendedor.
Robson foi o grande vencedor do Brazil Startup Pitch 2023, realizado na noite de sexta-feira, 10, no Centro Intercultural em Hamamatsu (Shizuoka). Ele conta que já estava satisfeito por ter sido escolhido para apresentar o projeto e que participou sem nenhuma expectativa de ganhar. “Mas fiquei muito feliz e vou usar o prêmio para desenvolver e divulgar o programa”, adiantou.
A empresa vencedora recebeu um aporte de crédito de marketing oferecido pela J1Seeds no valor de ¥200.000 e um prêmio em dinheiro de ¥100.000, oferecido pela J1 e pelos patrocinadores. Robson faturou o primeiro lugar com apenas um voto a mais que o segundo colocado. “Essa pequena diferença vem comprovar o nível de todos os concorrentes e da banca avaliadora”, destacou Emmanuel Cáceres, CEO da J1 KK, realizadora do evento.
Os quatro especialistas que fizeram parte da banca do evento foram Nelson Saito, fundador da Kowa Corporation; Alison Aguiar, Head do Banco do Brasil no Japão e Ásia-Pacífico; Ricardo Wakuta (Dino), especialista em empreendedorismo e conexões B2B; e Priscilla Kajihara, especialista na área de beleza e proprietária da PK Beauty Academy.
O evento também contou com a ajuda da prefeitura de Hamamatsu e da Hamamatsu Foundation for International Exchange (HICE), com apoio do Consulado-Geral do Brasil em Hamamatsu e patrocínio de empresas brasileiras da comunidade.
Robson é programador e está empreendendo há anos. Conhecedor profundo das dificuldades que o empresário passa, ele deixou uma mensagem de incentivo ao brasileiro que procura uma chance no competitivo mercado japonês. “São várias as dificuldades que um empreendedor enfrenta no Japão, mas acredito que o aprendizado contínuo e a persistência são as chaves para o sucesso”, disse.
Outros quatro empreendedores participaram da disputa com Robson. Aline Shiroiwa, da Topclass Academy, apresentou os cursos da escola e um modelo de cozinha criado para garantir a aprovação de todos os tipos de inspeção sanitária.
O projeto de Edwilson Suguimoto e Thiago Matsuno, da IDEABOX IT, foi um aplicativo para food-truck, que usa GPS para facilitar a localização para os clientes e dos próprios clientes. Já Roberto Nacaya, da Tokai Invest, apresentou o Código X, uma técnica para fazer trade com qualquer ativo. A escola é focada em Forex e o curso dura 6 meses.
Representando a AiiA Platform, Sergio Hirakauva apresentou a plataforma criada para ensinar cursos na área de tecnologia, como Inteligência Artificial e metaverso. Enquanto estuda, o aluno poderá ser remunerado. A cada apresentação, os jurados da banca e a plateia faziam perguntas para entender mais sobre cada projeto e poder decidir como escolher o ganhador.
E para quem ficou interessado no evento e em como participar, Emmanuel adianta que uma nova edição já está prevista e praticamente confirmada. “Será no verão”, anunciou.
Palestras
Além do concurso, o evento contou também com a participação de convidados, que falaram sobre temas ligados a empreendedorismo. Muraki Noriyo, representante do Hamamatsu Kigyoka Café (Câmara de Comércio de Hamamatsu), falou sobre como introduzir o seu negócio no mercado japonês.
Especializada em marca, branding, promoção e organização profissional, a japonesa explicou sobre os cinco pontos para ter sucesso, que são: a diferença entre business e passatempo; definir quem é o cliente; fazer a análise dos 3 Cs, que seriam o Customer (cliente), Concurrent (concorrente) e Company (a empresa ou você); priorizar o lucro e não a venda.
E o quinto ponto levantado pela palestrante foi uma valiosa dica. “Meu conselho é que você dê o primeiro passo pequeno. Se a reação for boa, você expande. Se for ruim, mude a direção”, disse.
Já Emmanuel Cáceres falou sobre o valor da marca. Em 2014, a J1 começou focada no desenvolvimento de marketing e acabou seguindo para especialização em branding, que é tudo aquilo que trás reputação para a marca. Ao iniciar um negócio, ele recomenda pensar no desenvolvimento da marca. “A sua marca é o ativo mais importante da sua empresa”, alertou.
Emmanuel lembrou que o produto é passageiro, mas a marca, não. Por isso ele sugeriu investir em ações que gerem mais relevância para a marca. “As ferramentas evoluem, mas a necessidade humana não. E nossa busca como entusiastas do branding é detectar a necessidade humana”, ensinou.