Arma usada no ataque à Shinzo Abe poderia disparar até seis balas, dizem especialistas
Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Reprodução/Twitter
O atentado que chocou o país continua a dominar a imprensa local e mundial. Nesta segunda-feira, autoridades policiais afirmaram que os seguranças encarregados da proteção do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe não seguiram o protocolo adequado. Assim, eles não puderam garantir a vida do político contra ataques com armas de fogo.
O ex-premiê foi baleado pelas costas na sexta-feira quando fazia um comício de campanha eleitoral em Nara, cidade da região oeste do país. A polícia prendeu no local o desempregado Tetsuya Yamagami, de 41 anos.
Segundo análise feita por especialistas, Yamagami se aproximou de Abe por trás e fez dois disparos a uma distância de poucos metros. O segundo tiro foi feito aproximadamente três segundos após o primeiro.
As autoridades declararam à NHK que os seguranças deixaram de cumprir procedimentos estabelecidos para a proteção de pessoas nestas circunstâncias.
Os policiais deveriam ter feito o ex-primeiro-ministro se abaixar até o chão após o primeiro disparo, formado um escudo humano e conduzi-lo até um veículo ou outro local seguro.
A Agência Nacional de Polícia examina agora diversos problemas que teriam contribuído para o assassinato de Abe.
Arma
Fontes afirmam que a arma usada no ataque foi concebida para disparar seis balas de uma vez. Yamagami teria dito que além de produzir uma arma de fogo com dois canos amarrados com fita, ele também produziu armas com até seis canos.
O autor dos disparos disse que pôs uma cápsula contendo seis balas em um cano de aço recheado de pólvora, de modo que todas as seis foram disparadas de uma vez. Yamagami disse ainda que usou dois canos porque havia a possibilidade de um deles falhar.
Igreja
A Federação das Famílias para a Paz Mundial e Unificação, amplamente conhecida como Igreja da Unificação, da Coreia do Sul, divulgou um comunicado dizendo que a mãe de Yamagami é uma seguidora do grupo religioso.
Tomihiro Tanaka, presidente da filial japonesa da igreja, divulgou a informação em uma entrevista coletiva em Tóquio.
O atirador disse à polícia que sua mãe havia feito uma “enorme doação” para o grupo religioso e, por isso, sua família “desabou”. Abe foi escolhido porque o japonês acreditava que o grupo estava associado ao ex-primeiro-ministro.
Yamagami disse à polícia que acredita que o avô de Abe foi quem teria trazido o grupo para o Japão.
O grupo religioso, conhecido por suas crenças conservadoras, tem muitos seguidores no Japão e construiu relacionamentos com políticos em todo o mundo.