Nesta segunda, dia 24/01, o Câmera Record com exibição na Record TV Japan, encontra brasileiros que realizaram grandes transformações no corpo, desde excesso de tatuagens à busca incessante por definição de músculos. O programa ainda conversa com especialistas que apontam os riscos nesses procedimentos e dizem como as mídias sociais fazem com que as pessoas ainda mais essas mudanças.
O verão é, tradicionalmente, a estação oficial da vaidade. Nas praias e academias pelo país, sobram pessoas em busca da forma física ideal e de um corpo que beire a perfeição. Mas e quando isso atinge um patamar extremo?
Nome de craque, apelido de personagem dos quadrinhos e dos filmes. Romário dos Santos, morador de Caldas Novas (GO), cultivou desde cedo músculos que lhe renderam a fama de “Hulk brasileiro”. A busca por um corpo de aparência forte, no entanto, o levou a um atalho perigoso: ele chegou a fazer aplicações de synthol – óleo injetável, que ajuda a inflar os braços. “Cada mês, meu braço tinha uma medida diferente”, conta.
O Hulk brasileiro ficou grande, mas não satisfeito. “Acaba virando uma obsessão. E tudo que vira obsessão, acaba afetando o seu psicológico. Eu entrei em depressão, crise de ansiedade, foi uma fase muito complicada da minha vida”, ele admite.
O programa encontrou Romário pela primeira vez em 2018. Ele malhava de domingo a domingo e comia nove refeições por dia – um volume de comida capaz de encher uma bacia. Hoje, o Hulk de Goiás está arrependido. “Foi um personagem que eu encarnei alguns anos atrás para poder substituir um vazio que eu tinha em mim”, afirma. Mas e agora? Como lidar com os braços inflados – uma situação que parece irreversível?
Definitivas são também as mudanças feitas pelo tatuador Michel Prado. A pele é coberta por desenhos. Os olhos são tingidos de preto, a língua é bipartida e o corpo tomado por cicatrizes e chifres artificiais. “Se deixar, toda semana ele quer fazer alguma coisa no corpo,” conta a esposa, Caroline, que segue o mesmo estilo.
Especialistas ouvidos pelo Câmera Record afirmam que a motivação para transformações radicais pode ter muitas influências. “Algumas pessoas idealizam celebridades. Nenhuma cirurgia é isenta de riscos. Em algum momento, algum vai se tornando realidade”, afirma Leandro Faustino, cirurgião plástico. A psicóloga Simone Domingues também aponta outro fator estimulante. “Isso é muito reforçado nas mídias sociais. As pessoas buscam um padrão que, para elas, é um padrão a ser atingido”, afirma.
Um ideal bem diferente para Marcelo de Souza Ribeiro, 37 anos, conhecido como Bboy. Ele transformou o corpo em uma tela para as mais de mil tatuagens que já fez. Com 98% do corpo coberto por desenhos, BBoy é considerado o segundo homem mais tatuado do país, de acordo com a Associação dos Tatuadores e Perfuradores do Brasil. “Muitas pessoas perguntam para mim assim: ‘Você não tem medo de, quando você ficar mais velho, se arrepender disso?’ Jamais vou arrepender de nada”, diz.
Para o psicólogo Jacob Goldberg, muitas dessas transformações são formas de preencher ‘vazios’. “A questão toda é de limite e de distinguir entre uma satisfação razoável e aquilo que é compulsivo, aquilo que o indivíduo não consegue controlar”, explica.
O Câmera Record vai ao ar na segunda, às 20h30 na Ásia e Oceania. A apresentação é de Marcos Hummel.