Informação é da agência oficial norte-coreana KCNA; foguete transportava “ogiva” que atingiu com precisão um alvo a 700 quilômetros de distância

 

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: ©KCNA/Reprodução

 

 

O ano começou com tensão na península coreana. A Coreia do Norte confirmou que fez um teste de um míssil hipersônico, informou a agência oficial norte-coreana KCNA, o primeiro desse tipo realizado pelo país neste ano. O míssil transportava uma “ogiva hipersônica”, que “atingiu com precisão um alvo a 700 quilômetros (km) de distância”.

 

É a segunda vez que a Coreia do Norte faz o lançamento de míssil hipersônico, uma arma sofisticada que mostra os avanços da indústria de defesa de Pyongyang. O teste ocorre no momento em que a Coreia do Norte passa por grave escassez de alimentos e bloqueios devido ao SARS-CoV-2.

 

De acordo com militares sul-coreanos, Pyongyang disparou o que “se presume ser um míssil balístico” no Mar do Japão, a leste da península coreana, incidente que os serviços de informações sul-coreanos e norte-americanos “analisam cuidadosamente”.

 

Este é o segundo teste de míssil hipersônico, que pode demorar mais tempo para ser detectado do que os balísticos. O lançamento aconteceu depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ter prometido, em mensagem de ano-novo, reforçar as defesas de Pyongyang.

 

As armas hipersônicas geralmente voam em direção a alvos em atitudes mais baixas do que os mísseis balísticos e podem atingir mais de cinco vezes a velocidade do som – cerca de 6,2 mil km por hora.

 

Reações

 

O governo japonês condenou o lançamento do míssil no Mar do Japão (conhecido como Mar Oriental nas duas Coreias) pela Coreia do Norte e disse que vai reforçar ainda mais seus sistemas de monitoramento.

 

“É extremamente lamentável que a Coreia do Norte tenha continuado a lançar mísseis desde o ano passado. O governo vai reforçar ainda mais a vigilância”, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em entrevista.

 

Também os Estados Unidos condenaram o lançamento do projétil não identificado e convocaram Pyongyang para negociações.

 

“Esse disparo viola várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa ameaça aos vizinhos da Coreia do Norte e à comunidade internacional”, disse um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

 

“Continuamos comprometidos com uma abordagem diplomática em relação à Coreia do Norte e pedimos que ela se comprometa com o diálogo”, acrescentou a mesma fonte.

 

O governo do Presidente Joe Biden tem dito repetidamente que está aberto a negociações com a Coreia do Norte, mas Pyongyang rejeitou até agora as propostas de diálogo, acusando Washington de seguir políticas “hostis”.

 

ONU pede diplomacia

 

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou à diplomacia após o lançamento do projétil, pedindo conversações entre Pyongyang e as partes envolvidas.

 

“O envolvimento diplomático e as conversações continuam a ser o único caminho para uma paz sustentável e a desnuclearização completa e verificável da península coreana”, disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.