Polêmica taxa de transmissão

 

A NHK é um constante alvo de polêmica por causa da taxa e da legislação, que tenta obrigar as pessoas que não tem interesse no canal a pagar a taxa simplesmente por ter uma TV em casa.

 

Já houve várias sugestões públicas ao canal, como a possibilidade de utilizar o método “scrambling”, para codificar a transmissão e tirar o acesso dos usuários que não pagam, como é feito com os canais que exigem assinatura. Neste caso, a transmissão seria decodificada em caso de desastres naturais, para informar amplamente a população.

 

No entanto, a emissora, na condição de empresa estatal, se posiciona contra essa possibilidade. Os líderes da NHK acreditam que o canal público não pode ser limitado aos clientes pagantes, porque que isto não seria adequado à proposta da emissora.

 

Embora haja a obrigação legal, não há penalidades para quem não assina o contrato e o dever de pagar se torna indispensável apenas depois de assinar o documento. Para obter a assinatura, os cobradores visitam periodicamente as casas de pessoas que ainda não são clientes e sempre questionam se o morador tem televisão.

 

Para os estrangeiros que não tem domínio do idioma japonês e pouco conhecimento das obrigações legais do país, a visita do cobrador muitas vezes resulta em confusão. O funcionário insiste, o estrangeiro nega. A conversa acaba em briga e discussões e nada é resolvido.

 

Quando os estrangeiros acabam assinando o contrato e pagando a taxa, muitas vezes se veem na difícil situação de querer cancelar o serviço e não saber como proceder. Uma vez que a obrigatoriedade está ligada ao aparelho de TV, o único motivo válido para cancelar o contrato é não ter mais uma TV em casa.

 

Jéssica Suzuki, de 30 anos, mora em Soja (Okayama) e está há seis anos tentando cancelar a taxa da emissora. Ela conta que o marido acabou assinando o contrato quando ela estava no Brasil e, desde então, não sabe como cancelar.

 

“O rapaz veio em casa e o meu marido assinou. Nós não assistimos TV, mas ainda não consegui ligar porque não sei muito bem japonês e não tenho ninguém para pedir informação. Acho que eles não deviam cobrar a taxa de todo mundo, tem muitas pessoas que não assistem NHK ou a TV japonesa”, diz.

 

Mesmo assim, as estatísticas mostram que a maioria dos lares no Japão são pagantes da taxa da NHK. A emissora passou a contar as estatísticas em 2012. Na época, a média nacional de famílias que assinaram o contrato e pagavam o serviço era de 72,5%. Em 2020, o número médio de pagantes ficou em 80,3%. Houve uma queda de 1,5% com relação aos dados de 2019.

 

A província com mais pagantes é Akita, com uma taxa de 98,3% dos domicílios locais. A província com menos assinantes do canal é Okinawa, com 51,8% de lares que fecharam o contrato. Não há dados específicos sobre os estrangeiros que pagam a taxa de transmissão, que tem custo de ¥1.225 por mês.

 

Páginas   1 ・ 2 ・  3