Prefeito de Hamamatsu autorizou atividades em esquema de bolha; esportistas estavam isolados após um integrante da delegação testar positivo para a covid-19
Texto: Lincoln Chaves/Agência Brasil
Foto: ©Saulo Cruz/EXEMPLUS/CPB
Chegou ao fim a angústia de 27 atletas brasileiros que disputarão a Paralimpíada de Tóquio (Japão) e estavam sem conseguir treinar devido ao isolamento em Hamamatsu, a 250 quilômetros da capital japonesa. A liberação para a realização de atividades – separados de outros esportistas – foi concedida na noite desta terça-feira (10) pelo prefeito da cidade, Yasutomo Suzuki. Eles foram isolados após um integrante da delegação testar positivo para o coronavírus (covid-19) no desembarque em Tóquio, na última sexta-feira (6).
O caso foi tornado público na manhã desta terça (10), após o nadador Daniel Dias publicar um vídeo no Instagram em que pedia compreensão das autoridades locais, uma vez que a ida da delegação brasileira a Hamamatsu antes da Paralimpíada se deu justamente para aclimatação e treinamento. Além disso, segundo ele, os atletas isolados – que integram as seleções de natação, halterofilismo, goalball e tênis de mesa – testaram negativo para covid-19, mas a prefeitura da cidade, até então, não permitia sequer a saída dos esportistas do quarto durante a vigência da quarentena de 14 dias, iniciada no sábado (7), um dia após a delegação desembarcar no Japão.
Prefeito de Hamamatsu libera atletas brasileiros isolados para treinamentos: https://t.co/J4YXoA5O1o pic.twitter.com/LMCtW52ZmI
— Comitê Paralímpico Brasileiro -ブラジルパラリンピック委員会 (@cpboficial) August 11, 2021
Após a liberação para treinos, Daniel também se manifestou pela rede social, agradecendo o apoio.
“Vim aqui agradecer a todos que escutaram nossa mensagem e pedido de ajuda. Finalmente conseguimos autorização para treinar aqui em Hamamatsu. Nós continuaremos isolados, em grupos separados, mas ao menos poderemos ir para a piscina e academia, que é o nosso grande objetivo aqui. Nosso objetivo é treinar. Recebemos muito carinho. Essa união certamente nos fortalece para entregarmos nosso melhor nos Jogos Paralímpicos. Partiu, treino!”, comemorou o nadador, em vídeo publicado no Instagram.
Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os atletas isolados treinarão em horários diferentes dos que não tiveram contato com a pessoa infectada da delegação e que já tinham, inclusive, iniciado as atividades em Hamamatsu. O transporte às arenas será feito em veículos separados. A quarentena vai até o próximo dia 21, a três dias do início da Paralimpíada. A seleção de natação, porém, deve embarcar para Tóquio no dia 18, pois as disputas no Centro Aquático da capital começam no dia 25.
O protocolo do Comitê Organizador Local de Tóquio 2020 prevê o isolamento de pessoas de contato próximo ou que estavam em um raio de duas fileiras de assentos do indivíduo infectado – o que englobou 52 membros da delegação brasileira ao todo. O CPB, porém, alegou que a última versão do livro de regras dos Jogos dizia ser “permitido” aos atletas “treinar, igualmente em isolamento, e até mesmo competir”, citando que o mesmo aconteceu com equipes de África do Sul, Comitê Russo e Itália na Olimpíada.
“O CPB agradece ao prefeito de Hamamatsu, Yasutomo Suzuki, pela sensibilidade em liberar os treinos, após cinco dias de reclusão dos atletas que testaram negativo desde os testes antes do embarque no Brasil, em 5 de agosto. Agradece também à embaixada brasileira em Tóquio, pelo apoio de primeira hora ao grupo brasileiro em Hamamatsu”, conclui a nota divulgada pelo Comitê brasileiro.